Entre as várias doenças que podem atingir a visão humana, há uma que ainda não é muito conhecida e preocupa muitos pacientes quando diagnosticada no consultório do oftalmologista: o ceratocone.
O ceratocone é uma doença na qual a córnea desenvolve um formato de cone ao invés do seu formato esférico habitual, distorcendo e embaçando a visão com graus variáveis de miopia e astigmatismo.
Apesar de não ser popularmente conhecida como uma manifestação ocular preocupante, o ceratocone é uma condição clínica mais comum do que imaginamos, já que ocorre em 1 em cada 20.000 indivíduos.
Tendo uma forte componente genética, é uma doença progressiva, que costuma surgir na puberdade, e evolui até aos 40 anos, onde normalmente atinge a sua estabilização. Pode desenvolver-se de uma forma avançada na juventude, mas também há quadros mais leves.
Acredita-se que quanto mais cedo é identificada a doença, apesar de ser interessante para iniciar um tratamento precoce, maior é a gravidade do ceratocone, visto que ele poderá ser mais agressivo e avançar mais rapidamente.
Sintomas
– Visão borrada para longe ou visão dupla;
– Mudanças frequentes na prescrição do óculos (geralmente durante a adolescência);
– Visão insatisfatória mesmo com o uso de óculos;
– Visão nítida apenas para objetos muito próximos;
– Fotofobia;
– Coceira excessiva (presente em até 20% dos pacientes com a doença).
Tratamentos
– Colírios específicos para diminuir o desconforto na região, e assim a progressão da doença associada ao ato de coçar os olhos;
– Óculos. Nos quadros iniciais pode nem haver a necessidade do uso de óculos, por ainda apresentar 100% de visão. Nos casos em que a doença provoca uma perda de visão, os óculos são o primeiro recurso, pois em grande parte dos casos ainda restabelece a visão.
– Lentes de contacto especiais para ceratocone. São uma boa alternativa, quando os óculos são ineficazes;
– Transplante de córnea.
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